domingo, 11 de janeiro de 2009

Meu terrorista preferido é...

Olá!
Bem, você deve estar se perguntando o motivo de um título tão patético, não é? Pois bem, irei tentar explicar isso...

Nas últimas semanas, os noticiários do mundo inteiros estão com os olhos atentos a um grande fato mundial, algo que embasbacou a todos... Uma ofensiva israelense na Faixa de Gaza. Qual o motivo de tanta surpresa nesse ataque? É que ninguém consegue classificá-lo corretamente!

Os árabes, após o 11 de setembro, ficaram mundialmente conhecidos como terroristas. Tiveram seus direitos privados, passaram a ser vistos como uma ameaça ao ocidente; até a base da justiça atual (um dos grandes legados dos romanos, por sinal) que nos diz "todos são inocentes até que se prove o contrário", para os árabes não servia mais. Mas, depois de termos ouvido falar tando nessa coisa de terrorismo, terrorista, terror e etc... Você sabe o conceito de terrorismo?

Resolvi consultar um dicionario, é um de bolso que comprei por 10 pila num sebo da cidade... Nesse dicionario, o Laurosse diz assim : Terrorismo = Conjunto de atos de violência para combater um poder já estabelecido. Ok! Agora pense, quem é o terrorista aqui?

Talvez fique meio difícil de julgar, não é? Os árabes são (segundo o senso comum) naturalmente terroristas, mas os israelenses que atacam...
Nessa hora, aparecem milhares de jornalistas tentando explicar os antecedentes dessa guerra através de comentários vagos e sem conexão, de forma preconceituosa e tendenciosa.

No limite da minha insignificância, tentarei então explicar de forma simples e resumida a formação dessa guerra para facilitar a compreensão.

Como tudo começou...

Bem, para os mais religiosos, devem se lembrar perfeitamente da tão aclamada diaspora judaica, descrita na bíblia e constantemente enfiada em nossas cabeças pelos catequistas queridos...
Certo, com essa diaspora, os judeus se espalharam por diversas partes da europa e até a asia.
No fim do Séc XIX (1801 - 1900), o Czar Russo (Czar é quase como um imperador) resolveu sair a caça dos judeus, forçando eles a procurarem um lugar mais receptivo. Logo, lhes veio a mente a europa, aonde outros judeus tinham se dado bem.
Toda via, esses judeus europeus, temendo que essa migração para a europa pudesse abalar o seu status, resolveram se reunir, juntar dinheiro, e comprar terras para que esses imigrantes pudessem viver. O local escolhido foi a palestina (território e não a nação). Então, compras foram feitas através de um tp de um judaica.

No fim da segunda guerra, com a perseguição dos judeus pelos nazistas, e o clima desagradável que ficou na europa, a ONU resolveu, numa tentativa de solucionar o mal-estar na Europa, criar um estado judeu, aonde eles pudessem viver em paz...
Mas, para variar, a ONU fez merda, escolheu a palestina, terra ocupada pelos árabes por muito tempo. Finalmente, as grandes nações pertencentes a ONU escolheram o ideal, dar 55% das terras para os 30% da população judaica, e deixar os 45% para os outros 70% árabes.
Por motivos obvios, a liga árabe não aceitou os termos, mas a ONU não deu bola, e a putaria começou...

Sucessivos ataques de nações árabes, na tentativa de mantes a soberania, revides israelenses, tentando fazer cumprir o acordo...
Acontece a guerra do canal de suez, aonde Israel tenta reaver as terras do Sinai (daquele famoso monte Sinai), mas por pressões externas acaba recuando e devolvendo as terras para o Egito (tem um monumento feio pra cacete, perto do terminal de Jaraguá, um negócio vermelho de lata, é em homenagem aos combatentes da força de paz da ONU). Porém, nesse vai e vem de tropas, antes de terminar a guerra, Israel cede a pressões de grandes donos de terras perto da região de Golã (divisa com a Síria) e acaba tomando a área da Cisjordânia (que era palestina).
No fim, Israel acaba "devolvendo" devolvendo as terras para os árabes, mas mantém acampamentos dos exércitos lá dentro.

Todo esse descaso das nações unidas, e hostilidade de Israel, acaba criando um profundo sentimento de revolta na liga árabe, e acaba declarando não reconhecer Israel como um estado soberado, criando assim um exército para acabar confrontar Israel. Nos anos seguintes, várias pequenas ofensivas são feitas, por ambas as partes.

Finalmente, grupos de resistência árabe assumem o poder do declarado estado da Palestina ( Que não é reconhecido nem por metade dos países de todo o mundo), entre eles estão o FATAH, que hj comanda a Cisjordânia e o HAMAS, que comanda a Faixa de Gaza.

Israel, ao longo da história, vem impondo uma política repressora contra a Palestina, criando quase que um estado de sítio permanente. Alimentos, medicamentos e vários outros itens básicos são duramente controlados na fronteira de Israel. E não consigo aceitar a desculpa de que o segundo exercito mais bem treinado do mundo (o de Israel) tem medo e é incapaz de eliminar um grupo de revolucionários sem treinamento e com armamento precário...

É constante a crítica feita a esses grupos quanto ao uso da força e não de meios políticos para conseguir a autonomia da nação seja algo terrível e desnecessário. Mas devemos lembrar que grande parte das nações do mundo usaram e ainda usam a forma para a manutenção da paz e sucesso político (EUA que o diga...). A situação que eclodiu no oriente médio é fruto do descaso das nações colonizadoras, da ONU e da política internacional quanto a identidade cultural.
Faz anos que a Palestina luta para se declarar uma nação soberana, porém, somente na era Clinton e Yasser Arafat que houve um certo ganho nessa questão, mas ainda muito ilusório. Criou-se a Autoridade Nacional Palestina, um estado semi-autonômo; como um solução provisória, mas ainda assim, vem se arastando até hoje.

Enquanto centenas de pessoas inocentes vem sendo mortas, alimentando cada vez mais o ódio ao autoritarismo israelense; os noticiários se debatem em querer justificar seu ponto de vista, empregando o termo terrorismo de forma desmedida. E pior é que o EUA, o grande restaurador da democracia, se faz de desentendido, sem poder defender seu apadrinhado (Israel) e não querendo dar o braço a torcer pelos árabes terroristas.